domingo, 28 de dezembro de 2014

PSICOTERAPIA E PODER

PSICOTERAPIA E PODER
Muitas pessoas vão a um psicólogo e saem frustradas porque não receberam a formula mágica para a solução dos seus males. Ou seja, infantilmente desejam que alguém assuma o poder e a direção de sua mudança. Nós humanos, gostamos de soluções prontas, vindas de salvadores heroicos e onipotentes. Remédios milagrosos, gurus, políticos, "mestres" sabichões. Eles podem resolver por nós. Não é o caso do psicólogo. Ele Não usa varinha mágica, nem sabe fazer milagres. É apenas um facilitador do autodescobrimento. Ajuda na descoberta do poder de autodireção,auto-organização e autocura de seus clientes. E isto é muito! A maioria de nossos males resulta de buscarmos as soluções “fora” e não “dentro” de nós.
Um bom terapeuta não aconselha, não dirige, nem ensina sobre decisões que afetam a vida de seu cliente. Em suma, não diz faça assim ou assado! De outro modo, não o ajudará no reconhecimento da autorresponsabilidade, manterá vaidosamente uma relação de dependência e pior, será responsável pelos erros e acertos de qualquer decisão que tenha sugerido. Nao é sem motivo que psicólogo tem cliente e não paciente.
www.ray-vale.blogspot.com

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

ANO NOVO 2015 e NATAL 2014

Natal. Fim de Ano.
Algo termina?
Ou são transições, passagens, travessias?
Ano Novo, Semana Santa, Carnaval
menopausa, fim do mundo, funeral.
O ano acabou? O casamento acabou? O mundo acabou?
Os filhos partiram?
Seu coração também partiu(-se)?

Alguma coisa finda?
Ou é trânsito para outro lugar?
Chegamos aqui.
Foi real e vivo o que vivemos.
Seja como for - e o que quer que tenha sido.
Nem bom, nem mau, nem certo, nem errado.
Experiências, apenas. Necessárias.
Nascidas de nós.
Se trouxeram dor, mágoa, culpa,
gargalhadas ou ranger de dentes,
foi o que foi. Foi o que criamos.

Logo, logo, sem parar, o ciclo retorna.
Hoje, agora, neste instante.
A Vida, não reprova. Renova.
Não fica rançosa.
Convida. Com-vida.
Não deixa lacunas, reticências, nem etcéteras.
É sempre plena. Completa. Correta. Conclusa.
A Vida é Deus.

Minha homenagem a todos vocês, meus amigos.
Minha homenagem à vida. QUE É. APENAS É...

Foi um ano muito bom, vivo, de muitas experiências com vocês. Obrigada por estarem comigo!

RAY DO VALE
Fones: (91) 9983.1560 / (91) 3229.6365 / (91) 8836.7517 / (91) 8140.0725
(96) 3223.3118

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

MINIGRUPOS DE ESTUDOS PATHWORK

Em janeiro estarei iniciando em Belém e Macapá novos Minigrupos de Estudos Pathwork. São grupos de Estudos e de Vivências, mensais ou quinzenais.
Nos encontros grupais, trabalham-se os 04 níveis do ser ( físico, emocional, mental e espiritual), através de textos, vivências, exercícios e partilhas das experiências dos participantes.

São formados de duas maneiras:
A partir da iniciativa dos próprios interessados, que reúnem amigos e se inscrevem em grupo.
Ou através de inscrição individual.
São grupos em que o investimento é bem razoável, pois é rateado pelo numero de participantes.
Se você tem interesse, inscreva-se por email, ou pelos telefones A SEGUIR:(91) 9983.1560 (Wzp) / 8116.0665, ou pelo email: ray.vale@hotmail.com
Eles funcionarão com pequeno numero de participantes (de 4 a 6 pessoas, no máximo), com carga horária de duas horas.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

CAMPANHA, OU GUERRA SUJA?

O que mais me impressiona nesta campanha eleitoral, não são as estripulias eleitoreiras, as repetidas promessas vazias, ou a criatividade sombria dos marqueteiros da cara deslavada.
O que me impressiona é o ÓDIO, a agressividade gratuita, que vomita veneno e contamina a Vida. Ele está nas redes sociais, rasgando a carne alheia com a calúnia sem autoria e com o ataque feroz, que se reproduz em cadeia, encapuzado no anonimato. As pessoas não opinam, refletem ou ponderam com argumentos. Elas agridem, insultam, falseiam, distorcem. Até que ponto esse fenômeno revela nossa própria guerra interna? Que egrégora estamos criando para a construção de novos tempos? Serão só eles, lá longe, fora de nós?
O ódio se manifesta na campanha suja e sem respeito, desprovida da ética mais elementar. onde os futuros governantes enterram as garras sujas nas entranhas uns dos outros, na caça ao voto da inconscência, nas tripas do povo. Não é de nos perguntarmos: o que os os nossos candidatos - todos eles - espelham de nós?
Eles se dizem preocupados com o ser humano; proclamam-se salvadores do mundo, resgatadores dos fracos, heróis dos desamparados.
Quem não respeita aquele que está próximo, um oponente de ocasião, supostamente buscando o mesmo objetivo grandioso, respeitará o cidadão anônimo e indefeso? Sei não!
Cada vez mais prefiro os lutadores de MMA, tão criticados porque são violentos. É verdade. Eles tiram sangue do supercílio do oponente, mas tem sua ética, suas regras. Regras claras. Depois, festejam juntos, honram-se mutuamente e aguardam, felizes ou tristes, a próxima luta.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

CONSTELAÇÕES FAMILIARES


Os nossos laços afetivos com a família são muito poderosos, principalmente quando não temos consciência disso. Continuam atuando em nossa vida e, muitas vezes, repetimos, insconscientemente, padrões familiares ligados às gerações passadas, dos quais nem temos conhecimento.
A terapia das Constelações Familiares é um método que visa trazer à consciência a dinâmica que está oculta e que pode estar causando sofrimento a uma pessoa, ou à família. Ajuda a fechar pendências familiares, deixando cada pessoa com sua própria responsabilidade e seu lugar de dignidade na família.
A origem de muitos dos nossos problemas, inclusive doenças graves, suicídios, dependências, desorganização da estrutura familiar podem estar nos emaranhamentos com antepassados.
QUEM PODE SER CLIENTE
Qualquer pessoa presente no grupo, (workshop ou seminário, etc.) que deseje trabalhar uma situação que a esteja incomodando e para a qual esteja em busca de solução. Diz-se que essa pessoa será constelada. Da mesma forma, a pessoa que esteja em terapia individual, se o terapeuta considerar que é adequada a utilização deste recurso. Para isto é necessário a inscrição prévia, pois em cada workshop atente-se três ou 4 casos, apenas.
O QUE PODE SER TRABALHADO?
Doenças, conflitos familiares, impedimentos profissionais, padrões repetitivos na vida da pessoa, sentimentos que bloqueiam realizações nas diversas áreas da vida, etc.
COMO TRABALHAR UMA QUESTÃO (CONSTELAR)
O método não requer a presença de toda a família, pois se trabalha o sistema familiar a partir de uma única pessoa. Trata-se de uma terapia realizada com o concurso das pessoas presentes que se prestam voluntariamente a servir umas às outras como representantes dos membros da família daquela cuja constelação familiar for configurada.
QUEM PODE PARTICIPAR?
Qualquer pessoa. Há dois tipos de participação: 1) Como constelado. 2) Participação seimples. (assistir, ou ser representante).
PARA SER CONSTELADO: necessário inscrição.
PARA PARTICIPAR APENAS: não é necessário inscrever-se.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

A CARA DO MEDO


Não é negando o medo que se vence o medo. Nem é sufocando a tristeza ou a raiva que você vai ultrapassar saudavelmente essas emoções. Não é "esquecendo" o que lhe marcou que o deixará bem. Jogar para o subterrâneo, fingir que está tudo bem é um caminho falso. Mais tarde esta energia sobe à tona em circunstâncias fora de controle, numa expressão externa que nada tem a ver com o fato original. Ou a pessoa adoece, drena pelo corpo, deprime, ou desaba em fúria e mágoa sobre alguém, sem saber como nem por que. Olhar de frente, dialogar com o sentimento presente é sempre o melhor caminho.
O que mais ajuda um estudante às vésperas do vestibular, por exemplo, e ajudá-lo a olhar na cara do medo: medo do “concorrente”, medo do medo , medo de desapontar os pais; e até medo de não dar dividendos comerciais ao curso onde estuda. Com essa permissão ele rende muito mais e encara com mais calma o momento decisivo. O contato verdadeiro com a realidade interna sempre oferece mais recursos do que fugir dela. Não se pode domar um bicho que não se vê.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

É PROIBIDO TORCER PELO BRASIL!



Fico impressionada com as contradições do nosso tempo. Conquistamos liberdades, atravessamos ditaduras, soltamos a voz, inventamos e desinventamos a tristeza...
E Agora? Estamos com medo de ser libertos ? Há uma nova ditadura em ação. Bem disfarçada. Sorrateira e meio encoberta. Parece que de novo vivemos um clima parecido com o que inspirou Chico, quando compôs, nos negros tempos da Ditadura, Militar: “Hoje você é quem manda, falou tá falado, não tem discussão. A minha gente hoje anda, falando de lado, e olhando pro chão”...
As pessoas andam com medo. Medo de pensar, de ter opinião, de expressar sentimentos. É PROIBIDO ATÉ TORCER PELO BRASIL! Uns poucos corajosos empunham suas bandeirinhas e vestem sua camisa amarela. Timidamente. Hoje só queremos a vitória do Brasil sobre a Croácia! Se der! Simples assim !
É proibido gostar ou não gostar, escolher, manifestar ideias. Há uma censura velada que proíbe que as pessoas tenham afinidades com a linha ideológica deste ou daquele partido! Não podem torcer pelo Brasil, Não pode escolher se são PSDB, PMDB, PT, DEM, ou a PQP! Estão cheias de pudores. Medo de serem linchadas, excluídas, por não estarem em sintonia com o que as redes sociais ditam como certo ou errado. Se não curte, ou se discorda de um "post politizado" fica mal visto e malfalado, como as donzelas de antigamente.
Há uma nova ditadura: a ditadura do “Politicamente Engajado”. E quem são os comandantes da nova Ditadura? Os militares? Não! Os novos líderes não tem nome, nem documento e se espalham pelos caminhos virtuais como ratos. Os que bombardeiam as mentes incautas pelas ditas redes sociais pressionam selvagemente na direção desta ou daquela ordem de ideias. Eles delimitam, determinam, comandam, influenciam. E não assinam em baixo. São ferozmente covardes. Para esse exército só há dois caminhos! Os CERTOS e os ERRADOS, os bons e os maus. Os "maus", os "ignorantes", os "alienados" são marcados com ferro.
Por via das dúvidas, como não se sabe quem dá as cartas, que traz na mão o ferro em brasa, as pessoas vão se esquivando no silêncio, temendo o estigma. Alguns, mesmo discordando, pra não ficarem mal na foto, vão curtindo as bobagens sem autoria e sem ética.
É hora de acordar!

domingo, 1 de junho de 2014

Saulo Vale e Lyoto Machida

Eles aniversariaram quase no mesmo dia. Lyoto Machida dia 30 e Saulo Vale dia 31. Dois amores, dois presentes que recebi da Vida. Um que nasceu de mim. Outro, trazido à minha história por quem de mim nasceu, minha filha Fabyola Vale Machida. Costumo fazer um poema para os meus amados, nos dias de festa. Mas... fiquei parada sem saber o que dizer. Eles são ciumentos e disputam espaço no meu coração. Nem precisava! O espaço de cada um é seguro e singular. Um poema só, para os dois? Eles são tão parecidos e tão diferentes! Fisicamente, parecem irmãos. Um é um dragão, o outro é um "Gato". Cada um recita a vida de seu jeito; cada um dança a existência no seu ritmo. Mas eles têm muitas coisas em comum: ambos caminham na vida com dignidade, disciplina (demais, pro meu gosto...), compromisso e honradez. Ambos são lindos! (eu acho!) Ambos são motivo de muito orgulho e felicidade para mim. Que Deus os guarde e abençôe!

terça-feira, 27 de maio de 2014

A LUTADORA


Filha, tô com tantas saudades de você! Um poeminha em homenagem à minha campeã...

Primeiro round
Pisa o chão sutil, com graca,
Faceira, esconde ou disfarça
Seu forte poder brejeiro;
Assim foi que um belo dia,
Num golpe, com maestria,
Nocauteou o Guerreiro!

Segundo round
Bela, serena, aguerrida,
No octagon da vida,
Ora recua, ora avança,
Focada, firme, certeira,
Nos seus golpes, vai inteira,
Aquilo que quer, alcança.

Terceiro round
Na luta não deixa espaços,
Tem mil corações e braços,
Para amar seu Samurai,
É sábia ao cuidar das crias,
Mantém a beleza em dia,
Discreta – sabe o que faz!

Quarto round
Adversários valentes
Olha nos olhos de frente,
Um a um vai derrubando:
É mãe, mulher, motorista,
Psicóloga, equilibrista,
E os cinturões vai ganhando!

Quinto round
Finalização, nocaute,
Gancho, tesoura, alicate,
Chute, queda ou empurrão.
Ela vai sempre ganhar!
Seu trofeu é desfrutar
O amor do bravo DRAGÃO...
(Ray do Vale)


domingo, 25 de maio de 2014

OS CINCO


Escolhi eles cinco, em bom momento!
Eram eles! Não menos, certamente!
Já havia uma história decidida,
Pré-acordo de outras vindas, tantas vidas,
E cá estamos nós juntos, novamente.
A todos recebi em belos sonhos,
Antes de conceber, seus rostos eu já via.
E o amor que em minh’alma transbordou
Quando em meus braços cada um chegou,
Não dá pra descrever. Eu só sentia!
A todos abri, literalmente, o peito,
Meu leite farto nutriu e aqueceu,
Nenhuma queixa, quando a mama se feria,
E o leite quente se juntava com a sangria,
Da dor que por amor, nem bem doeu.
Hoje são homens, mulheres, mães, adultos,
Pés seguros marcando o próprio chão,
Escolheram caminhos deram passos,
Mas do que dei se mantém os fortes laços,
No plantio que hoje sai de suas mãos.
E a colheita do bem que neles vejo,
Só me diz que plantei em chão fecundo.
A terra boa recebe e multiplica,
E em minha’alma floresce, anima e fica:
Que foi tão bom vir com eles pra este mundo!
Para todos os meus filhos, mas neste mês de maio, para Alana, no dia 09, Lívia, no dia 25, HOJE; e Saulo, no dia 31! Os de junho que esperem! Mas será o mesmo poema! Meu coração não aguenta fazer dois!

25/05/2014

sábado, 10 de maio de 2014

AMOR DE MÃE, AMOR HUMANO, AMOR POSSÍVEL.



Que grande bênção ter sido a Terra
De onde brotou a vida.
Bendita a dádiva
De ter sido a planta
Que deu, frutos e pólen,
Espinhos, às vezes...
Benditos frutos, verdes, doces,
Maduros, amargos, às vezes...
Que deitaram sementes
A fecundar a vida,
Multiplicando a plantação.
Abençoados filhos,
Que me ensinaram
Sobre o amor humano,
(abundante, doce, duro, terno, inferno,
presente, distante, dual, real,
de risos, dores, conflitos,amores
calado, quebrado)
Filhos falhos, comuns como eu,
Duais, como eu,
Que me disseram, sem dizer, pelo que são e dão,
Que o amor possível
Pode ser suficiente.
...............................................................................
(Aos meus cinco filhos, pelo amor que recebo,
Pelo amor que posso dar,
Pelo amor que não consigo dar,
Pelo amor possível.
Suficiente.)

domingo, 27 de abril de 2014

QUANDO SILÊNCIO É AMOR

Na da travessia de grandes dores, sobretudo nas perdas, há sempre um momento em que a necessidade é ficar só. É como numa enxaqueca, quando o remédio é fechar a cortina e hibernar na dor, até ela ir. E a presença de amigos, por amorosos e solidários que eles sejam, incomoda como buzinas ruidosas em noite de silêncio. Mesmo que sejam sinfonias. Amigos sensíveis sentem isto. Eles não se retiram. Ficam a certa distância, em respeitoso silêncio. É como se dissessem: "quando puder abrir a janela, eu estou aqui".

MEU AMOR, ASSIM...



Meu amor fala pouco.
É quieto, quase silente.
Às vezes diz em monossílabos,
Ou apenas em olhares e sentidos.
Só o sente,
Quem tem mais pele e menos ouvido.
Ele está aqui.
Verdadeiro. Forte. Sereno.
Às vezes não serve, nem sacia,
A quem deseja amor com açúcar demais.
Porque já de si mesmo é sabor.
Meu amor nutre, não mata a fome.
A fome de amor
É de quem tem fome de si, não de mim.
Meu amor não tem nome.
Não se dá título disso ou daquilo,
Nem se oferece. Abre as portas.
Meu amor não faz bravata.
Abraça quando sente.
E se mostra quente,
Quando não está frio.
É amor quando é!
Diz pouco em verbo.
Mas diz sempre.
Em atos e gestos.
E em versos,
À vezes...

(Ray do Vale)
Dez 2013 / Jan 2014
www.ray-vale.blogspot.com

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Entender ou sentir?


Num processo autotransformador, melhor sentir do que entender. Às vezes ficamos procurando elaborar intelectualmente, porque sinto isto, porque faço aquilo, porque explodo, porque gasto muito, porque agrido, porque não mudo aquele padrão repetitivo que me incomoda e frustra tanto? Funciona mais reconhecer, permitir-se sentir, respirar o propósito de mudar. Ir exercitando o movimento de mudança pouco a pouco, compassivamente, é o próximo passo. Buscar ajuda é outro.
Se apenas entender resolvesse, não existiriam cidadãs e cidadãos com gordurinhas a mais no corpo. Não há gordinha ou gordinho minimamente esclarecido que não entenda TUDO de dietas saudáveis.
Mas há comandos muito mais profundos e encobertos que tanto nos empurram para a atitude ou emoção que não queremos, como para o pedaço de torta que nos deixa culpados.
As terapias vivenciais e corporais são muito eficazes nesses processos, porque não passam pelo controle racional. Elas nos levam a acessar emoções, sentimentos e imagens arcaicas que uma vez trazidas à consciência, tem seu poder compulsivo reduzido.
Ray Do Vale

quarta-feira, 16 de abril de 2014

A CRIANÇA EM NÓS – 1ª. parte


Todos nós, em determinados momentos de nossa vida, agimos e reagimos a partir de uma consciência infantil. Não que sejamos infantis no sentido comum do termo. Mas há, em todas as pessoas, sem exceção, aspectos da consciência que ficaram congelados em memórias da infância. Uma determinada experiência da criança, na relação com os adultos significativos, gerou um choque e a energia vital entrou em colapso, naquele momento. É como uma foto. Não! Não é como uma foto! É como um “retrato”, daqueles antigos, que ficavam na parede a vida toda. Pois bem: esse retrato continuará “enfeitando” a sala da vida, comandando as ações e sentimentos do adulto, de forma inconsciente. São as imagens. Marcam como ferro em brasa. Delas brotam as crenças, que perduram e são poderosas em seus efeitos. Se não forem reconhecidas e trabalhadas podem fazer estragos. Por exemplo, uma menina que viu sua mãe submetida à violência do pai, pode generalizar essa experiência de diversas maneiras: 1) todos os homens são violentos; 2) todas as mulheres bondosas (como minha mãe) sofrem violência; 3) se eu me relacionar com os homens, sofrerei violência; portanto, melhor fugir deles; 4) melhor maltratá-los, antes que me maltratem; 5) vingarei minha mãe, maltratando os homens; 5) nunca serei igual à minha mãe! Comigo vai ser diferente! 6) vou atrair para minha vida homens violentos; assim eu confirmo que todos eles são mesmo maus. E por aí a fora. São apenas exemplos.
Com os homens não é diferente: uma experiência negativa com a mãe, por exemplo, pode contaminar sua relação com todas as mulheres na vida adulta. Este são apenas os exemplos mais eloquentes. Nossa vida é marcada por eventos comuns, corriqueiros, onde quase sempre estão presentes emoções, sentimentos e vozes infantis. Muitas de nossas reações tem essa origem. Em muitas, ocasiões estamos reagindo no presente a um evento do passado. Os sentimentos infantis represados emergem vigorosos e sem controle no momento inoportuno e com a pessoa errada.
A boa notícia é: o que a alma deseja, reeditando as velhas histórias é encontrar a cura para as velhas feridas. Mesmo que faça isto de forma atrapalhada e tosca.
Ray do Vale
www.ray-vale.blogspot.com

sábado, 12 de abril de 2014

A CARA DO MEDO



A CARA DO MEDO
Não é negando o medo que se vence o medo. Nem é sufocando a tristeza ou a raiva que você vai ultrapassar saudavelmente essas emoções. Jogar para o subterrâneo, fingir que está tudo bem é um caminho falso. Mais tarde esta energia sobe à tona em circunstâncias fora de controle, que nada tem a ver com o fato original. Ou a pessoa adoece e drena pelo corpo, ou desaba em cima de alguém, sem saber como nem por que. Olhar de frente, dialogar com o sentimento presente é sempre o melhor caminho.
O que mais ajuda um estudante às vésperas do vestibular, por exemplo, e ajudá-lo a olhar na cara do medo: medo do “concorrente”, medo do medo , medo de desapontar os pais; e até medo de não dar dividendos comerciais ao curso onde estuda. Com essa permissão ele rende muito mais e encara com mais calma o momento decisivo. O contato verdadeiro com a realidade interna sempre oferece mais recursos do que fugir dela. Não se pode domar um bicho que não se vê.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

MURO

MURO
Quando olho a paisagem do mundo,
Vejo homens e mulheres caminhando separados,
Quais crianças perdidas.
Um quer ao outro, e no entanto,
Guerreiam na escuridão,
sob comandos remotos -
nascidos de que porões ?
Herança cega de vozes anciãs
Vomitando pesadelos.
Sentimentos emprestados,
Lealdades a sofridos amores,
Enterrados em que passado?
As mãos que anseiam por unir-se, seguram punhais alheios.
Das bocas ávidas por beijos e afagos,
Brotam as duras estocadas do verbo envenenado,
Carpindo ódios não se sabe de quem.
Eu vi homens e mulheres - nem tão diferentes -
chorando sobre travesseiros ensopados de medo.
Medo de chorar no colo da leveza;
derreter-se no ombro da inocência;
depor as armas - e perder o poder...
Que poder?

Ray do Vale
www.ray-vale.blogspot.com

O PRECONCEITO NOSSO DE CADA DIA

PRECONCEITO é uma palavra horrível, abominável para a qual geralmente olhamos com olhar de "cruz credo","deus me livre" e "ora veja!" Como se estivéssemos muito longe dessa coisa feia. Será ?
Mas o que é mesmo preconceito?
Pré - antes. É um conceito antecipado, feito com precipitação, contaminado com ideias e impressões pessoais. Alguém enquadra uma questão, uma pessoa, um fato, uma ideia, no seu olhar limitado, errôneo, baseado na ausência de conhecimento sobre a questão. É um julgamento e uma condenação “a priori”.
Nós, seres humanos, guardamos muitas incoerências. Estamos tão distanciados nos nosso processos internos que não nos damos conta das cascas de banana que colocamos sob nossos próprios passos. E saímos pela vida cunhando rótulos que só servem para todos os outros, menos para nós. Quem de nós não tem preconceito?
Por falar nisto, você conhece alguém que assume que assiste novela? Ou que vê Bigbrother? Pouquíssima gente, né? A se julgar pela escassa estatística dos que revelam o seu pecado, a Globo já teria aberto falência. Por que será que as pessoas escondem que veem? Preconceito, medo do preconceito, medo de serem julgadas, rotuladas? Você não pode ver novela por distração ou prazer. Se vê, é porque é burro e desinformado.
Hoje em dia todos estão com as barbas de molho em relação a discriminar negros e homossexuais. Moleza fingir . Mas alguém se dá conta dos outros preconceitos “menores” , socialmente aceitos? E os gordos, e os velhos? "Você se veste mal! Parece uma velha!" E os índios? "Vai fazer programa de índio" E tantas coisas mais! Mora no subúrbio (farofeiro e brega) ; usa tatuagem (drogado); pobre (não sabe se portar em ambientes finos); gosta de se vestir bem (patricinha); é malhado (burro); o pai tem posses ( riquinho besta) e por aí afora. Talvez devamos olhar na cara do preconceito nosso de cada dia, sem preconceito. Se você percebe o seu - e muda, quem sabe o mundo muda?

domingo, 9 de março de 2014

SARITA

Minha Saritinha partiu. Preparamos um lugarzinho lindo, no Jardim, para ela descansar. Plantamos, junto com ela, uma palmeira, para lembrar a nobreza de seu porte e a retidão de sua lealdade sem exigências. Nos 14 anos em que fez parte da familia, ela nos ensinou muito sobre amor e intuição.
Em momentos difíceis deitava sobre meu peito e se ajeitava, ronronando cuidados, como a procurar o lugar certo onde o coração doía. Quando a entregamos à Terra, caía uma chuvinha mansa, que se misturou às minhas lágrimas.
Ah! Sarita! Bem que você podia vir deitar no meu coração agora... (08/03/2014)

terça-feira, 4 de março de 2014

E NÓS ?


A mudança não passa por uma pessoa, por um governante ou parlamentar, considerado individualmente. Não vai adiantar muito matar o Dirceu ou o Donadon, condenar à fogueira o FHC ou o Sarney, atacar a Dilma com palavrões, agredir o Lula com insultos, nem condenar os bandidos da rua à pena de morte. Eles são "verrugas" que revelam um câncer social que apenas vem à tona, revela-se. Até que ponto cada um de nós nutre esse câncer?
O processo tem raízes e metástases mais profundas. Está em jogo um movimento gradual de transição para uma nova consciência. Antes das instituições estão os indivíduos que precisam, minimamente, conhecer e reconhecer, além dos seus direitos, o seu lugar, individual e social - o seu papel na vida.
As manifestações de massa apontam para o desejo de mudança. E isto é bom. Os governos e os parlamentos não se mantêm legitimamente se o povo não é escutado. Mas isto é apenas um ângulo de um conjunto muito mais complexo. E depois? Depois do grito virá a ação? A nossa ação. Como essa ação se tornará concreta e positiva? Qual é a nossa parte nisso, além de empunhar bandeiras e postar frases de efeito e ódio no Facebook? Talvez precisemos nos fazer algumas perguntinhas, bem mais silenciosas, sobre qual tem sido a nossa postura diante da vida comum de todo dia. Como está a minha passeata particular com os meus diversos “eus”? Perguntinhas singelas como: compareço às reuniões do meu condomínio, ou me omito e, comodamente, falo mal do síndico? Suborno o guarda de trânsito na esquina? Faço piadinhas com gays e negros? Atiro lixo pela janela do carro? Compareço à escola do meu filho, ou só citico falo mal dos professores? Ensino ao meu filho a devolver o troco que recebeu a mais? Ofereço condições dignas à trabalhadora que faz minha comida e lava o meu banheiro? Voto num candidato só porque ele é meu conhecido?
Nem precisamos responder. Perguntar apenas, já pode fazer um bom efeito. Quem sabe descubro que, no meu mundo interno mais quebro vidraças, incendeio ônibus e promovo a confusão e o medo, do que faço algo construtivo.

Ray do Vale
ray-vale.blogspot.com

domingo, 23 de fevereiro de 2014

O QUE SÃO CONSTELAÇÕES FAMILIARES?


As Constelações Familiares são uma abordagem INOVADORA em Terapia Sistêmica. Elas põem em evidência os profundos vínculos que unem uma pessoa à sua família, inclusive às gerações mais longínquas e a antepassados que ela nem conhece.
Os laços afetivos com a família são muito poderosos, principalmente quando não temos consciência disso. Acontecimentos ocorridos em gerações passadas podem continuar atuando em nossa vida, nos mantendo nas repetições e lealdades inconscientes a nossos antepassados.

COMO SE DESENVOLVE O TRABALHO DE CONSTELAÇÕES FAMILIARES?
O trabalho de Constelações Familiares pode ser desenvolvido individualmente ou em grupo. Individualmente, o cliente traz um tema pessoal em que o Constelador pode trabalhar no consultório.
Em grupo, você pode participar trazendo um tema pessoal para ser trabalhado (Constelar) ou apenas assistir ao workshop, estando disponível para ser repersentante na Constelação de outro cliente.

O QUE SIGNIFICA "CONSTELAR UM TEMA” ?
O cliente indica o um tema que deseja constelar, ou seja, a questão que precisa ser cuidada. O constelador explora o tema com algumas rápidas perguntas e pede para o cliente escolher pessoas que irão representar determinados papéis. (familiares, situações, aspectos). O cliente coloca os representantes no salão e o constelador irá acompanhar a dinâmica que surgir.

QUAIS TEMAS PODEM SER TRABALHADOS NUMA CONSTELAÇÄO?
Qualquer tema importante para o cliente, para o qual ele não esteja conseguindo solução, tais como: relacionamentos, desequilíbrios emocionais, separações, doenças crônicas, problemas financeiros, falência, vida profissional, questões familiares, entre outras.

QUANTO TEMPO DURA UM TRABALHO DE CONSTELÇAO FAMILIAR?
A duração de uma constelação familiar é imprevisível, pois depende do sistema que está sendo trabalhado. Pode durar de 5 minutos à 1 hora, ou mais.

COMO O REPRESENTANTE DEVER PORTAR-SE?
Os representantes devem ficar disponíveis, a serviço do sistema familair que está sendo trabalhado; devem abrir mão de ideias preconcebidas sobre o que "deve" acontecer e apenas sentir.
Naturalmente é necessário confiar na própria intuição e abstrair-se de suas próprias idéias.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

ASSISTIDOS OU MENDIGOS?

Diariamente vejo pelas esquinas de Belém pessoas portando faixas, pedindo ajuda para uma suposta instituição que cuida de dependentes químicos. E os pedintes são os próprios "assistidos". Todos eles
exibem, de braços erguidos, uma moedinha de 25 centavos, sugerindo que qualquer coisa serve.
Fico a refletir: como promover seres humanos, já tão desajustados social, emocional e espiritualmente, ensinando-os a se tornarem mendigos?

sábado, 15 de fevereiro de 2014

MELHOR IDADE E OUTRAS FIRULAS

Sempre me intrigou essa história de “terceira idade”, “melhor idade“, "idade preferencial” , e outros eufemismos que se usam para escamotear a palavra velho, idoso, aplicável a certa faixa etária da população. Nos aeroportos, a ladainha é constante! Por que não se usa a expressão correta? Menino é menino, mulher é mulher, idoso é idoso e o jacaré é um bicho! O termo "velho", ou "idoso" virou ofensa, palavrão, e só se diz na ausência.
Nunca ouvi alguém chamar criança de primeira idade; nem jovem de segunda idade. Por que só muda o título para os idosos? Dá pra desconfiar que tem cobra nesse cesto. Fico a matutar qual será a pior idade!
As pessoas inventam termos com os quais imaginam maquiar uma realidade que, pelo jeito, parece ser vergonhosa, pois precisa ser disfarçada. Cria-se um arremedo de tratamento respeitoso que de respeitoso nada tem, pois que trata o envelhecimento como algo feio ou indigno. Para falar dele tem que dourar a pílula! É como querer esconder as marcas do tempo com uma máscara tosca; dar veneno dizendo que é remédio.
O adjetivo correto é trocado por palavras “boazinhas” e politicamente corretas. Uma espécie de consolo para compensar a vergonha de se ter vivido mais. Não se pode expor as marcas do tempo de rosto descoberto.
Alguém escapará de envelhecer? Sim. Os que morrem cedo!

FEIO, SÓ PRA VOCÊ!

Quando meu filho mais velho tinha 7 anos, um dia me disse algo que nunca esqueci. Hoje ele tem 38 e com certeza não lembra do que me ensinou. E essa inocente e sábia lição me volta de vez em quando. Eu falava de alguma coisa dizendo que aquilo era feio (do ponto de vista estético). Ele de pronto me disse: "não, mãe! Não diz que isto é feio! Diz que você acha feio. Tem gente que acha bonito!" Pura verdade! Às vezes nos arvoramos a tratar como verdades definitivas aquilo que é apenas a nossa opinião. Cunhamos carimbos de "errado", "feio", "mau" a respeito de coisas, pessoas, comportamentos, emoções sobre as quais nada sabemos, porque não são nossas. Desconhecemos as motivações profundas que levaram as pessoas a determinados caminhos e, assim mesmo, damos sentenças definitivas como juizes infalíveis, a partir dos nossos juizos muitas vezes errôneos e preconceituosos. Ou verdadeiros - mas para nós.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

O BEM REAL


Os bons, os iluminados e os santos não sabem que são bons. Eles fazem o bem porque é assim o seu estado natural de ser; está em suas células, emana do DNA. Nem cogitam de conquistar o paraíso, ou de obedecer leis e mandamentos; tampouco esperam o aplauso e a reverência alheios. Vivem a experiência humana libertos das barganhas para ganhar isto ou aquilo.
São santos porque não sabem ser de outro jeito. Estão na vida como um sol que brilha, aquece e fecunda porque o sol existe pra brilhar, aquecer e fecundar. Simples. Não estão atrelados a normas, religiões, mestres externos, códigos milenares ou contemporâneos. Passam ao largo de todas essas amarras. Podem até viver a experiência da religião, mas não é a religião ou a escola espiritual que os torna o que são. Para eles o amor simplesmente É.
(Ray do Vale)

INICIAÇÕES DE LUZ DOS PLEIADIANOS

Queridos amigos, clientes, colegas e demais interessados,

Em breve iniciarei um trabalho chamado Grupo de Iniciações de Luz. Esse trabalho tem como base o Livro “Iniciação de Luz dos Pleiadianos” de Christine Day, criadora do sistema “Frequências de Brilho”.

São meditações e exercícios transpessoais. Através deles você será levado a acessar sua sabedoria interior e fazer mudanças positivas em sua vida. É um trabalho profundamente curativo.

É muito recomendado para qualquer pessoa e pode ser um poderoso apoio para aqueles que estão em tratamento de doenças graves, físicas e emocionais.

“A verdade é que você mesmo é o seu próprio agente de cura, e somente você pode se alinhar com esse aspecto amoroso e iluminado de seu Self. Ninguém mais pode fazer isso por você. Você começará a se abrir e a se conectar com o amor que está presente em todo o Universo; o amor incondicional da consciência universal. Você é parte disso.” (Christine Day, p. 26)

VEJA DADOS ABAIXO:

FOCALIZADORA: Ray do Vale Terapeuta de Frequências de Brilho Nível 20 e Professora de Maná .

Um encontro por mês, de aproximadamente duas horas e meia.
Sempre no horário das 19 hrs, numa quinta ou sexta (a definir).
Investimento mensal: R$90,00
Duração prevista: 15 encontros.
Início: março/2014
REQUISITOS:

Adquirir o livro, INICIACÕES DE LUZ DOS PLEIADIANOS, Ed. Pensamento. (tem na Saraiva, do Boulevard, R$34,00).
Agendar entrevista prévia (gratuita)
Fones para mais informações : 9983.1560 / 8116.0665.

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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

PERFECCIONISMO

PERFECCIONISMO
Há uma grande diferença entre ser perfeccionista e querer ser cada dia melhor. Buscar o melhor, mover-se para a atualização é um impulso natural; uma tendência que está em toda a Natureza. Foi este impulso que trouxe a humanidade até aqui, de progresso em progresso, nos caminhos da evolução. A planta colocada num lugar de sombra, vai se entortando e retorcendo na direção do sol.
Mas não é esse impulso saudável o que move o perfeccionista. Ele não quer ser melhor. Necessita compulsivamente ser O MELHOR. Seu traço principal é não aceitar que é permitido falhar. Tem que ser cem por cento o tempo todo. E quando não é, sofre muito (embora não admita), envergonha-se, como quem cometeu um ato indigno.
Na verdade, ele é seu maior verdugo. O perfeccionista age com uma terrível tirania contra si mesmo, cobra-se o tempo todo, exige-se o máximo. Nesse esforço a psique consome muita energia vital para construir uma autoimagem irretocável. E falsa! Resultado: tensão muscular, dores de coluna, hipertensão, ansiedade, insônia, desempenho sexual reduzido, doenças do aparelho digestivo, doenças da pele, cardiopatias, etc.
O perfeccionismo tem raízes profundas. Ele vem do sentimento remoto de ser menos, ou de ser nada, nascido de crenças e imagens infantis, na experiência com os pais e com a vida. É uma espécie de robô autoconstruído pela criança, na tentativa de proteger-se da dor. E que se mantém vida afora, dominando os sentimentos e ações do adulto.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

O BIG BROTHER E A NOSSA DUALIDADE

Diariamente ouço, vejo e leio discussões acaloradas, protestos, manifestações de indignação pelas cenas expostas no BIG BROTHER. Isso se tornou comum nas conversas, nas redes sociais e em todos os espaços de comunicação. As expressões furiosas de desagrado, muitas vezes lúcidas e pertinentes, geralmente estão fundamentadas em minuciosa descrição das cenas, diálogos e eventos marcantes do programa.
É fácil perceber que a grande maioria dos que criticam e deploram a decadência de valores que o programa expõe, o assistem regularmente. Se não fosse assim, a emissora não teria a fabulosa audiência que tem! Quem fala com tanta propriedade, vê!
Não queremos discutir o Programa, pois isto já foi feito à exaustão. Também não se trata aqui de julgar a postura dos que veem e saem publicando libelos acusatórios. Tampouco convém colocar nessas pessoas o rótulo de “falsas” ou “mascaradas” por sua aparente incongruência. (Embora seja certo que muitas negam que assistem: “Nunca assisti!” Ou “minha empregada assiste e às vezes eu passo pela sala...” “Dizem que tem um gay debochado no programa..., e por aí afora! )
A questão que se coloca é: o que faz com que se busque o que maltrata e incomoda? Por que se mantém o apego ao que fere a sensibilidade, ao que entristece, dá um “nó na tripa”, ou provoca uma “gastura” moral e até física, como dizia meu saudoso pai?
O que pode reter, por exemplo, alguém grudado a uma tela, vendo um filme de terror, mesmo sabendo que ele impedirá o sono tranquilo, provocando pesadelos? Ou vendo o programa de TV que alardeia violência, mortes e assaltos, aumentando o pavor de se sair às ruas? Não seríamos, ainda hoje, movidos pelas mesmas motivações que no passado levaram multidões a delirar com as cenas sangrentas dos circos romanos, reeditadas hoje nos ringues da vida?
O que é certo é que ainda persiste no ser humano um mecanismo de fidelidade ao que é mórbido e ao que choca. Há em alguns de nós uma parte que ainda quer sentir o cheiro da carniça. E é isto que leva as pessoas à corrida para cenas de brigas de rua, acidentes e tragédias. É esse impulso obscuro que busca as páginas e telas de publicações que expõem o que a espécie humana ainda tem de pior. Não é por outro motivo que as pessoas fazem manifestações legítimas, oportunas contra os governos incompetentes e corruptos, pregando ódio, violência e morte.
Tais expressões externas derivam de algo muito mais complexo que paira nos subterrâneos mal conhecidos do mundo interior de cada um de nós. Qual é a força obscura que empurra o ser humano para experiências, muitas vezes paradoxais?
Para refletirmos sobre essas perguntas, precisamos considerar que vivemos num mundo de dualidades. Tudo se apresenta oscilando entre, no mínimo, dois polos. Nossa vida é toda marcada pelos opostos: feio e bonito; alto e baixo; bom e mau; claro e escuro; amor e ódio; saúde e doença; vida e morte; pecado e virtude.
A cosmologia das religiões, a mitologia e as diversas escolas e caminhos espirituais, ao longo dos séculos e milênios, têm construído suas doutrinas, cultos e pregações em conceitos duais: céu e inferno; zonas de luz e de tormentos; anjos e demônios; divindades do bem e do mal.
Como indivíduos também somos duais. Nossa realidade total é assim. Somos isto E aquilo e não isto OU aquilo. De outro modo não poderíamos explicar por que o gênero humano tem vivenciado, desde sempre, experiências tão díspares. Sim. Somos todos ao mesmo tempo, Luz e Sombra, abismo e colina. Há individualidades que atuam na vida praticando abusos, vilezas e agressões contra si mesmas e contra os outros. E, no entanto, essas mesmas pessoas podem, de forma espontânea e sem qualquer máscara, ser capazes de sentimentos delicados, como o de se comoverem ante o sofrimento alheio, até praticando o bem. Outras ostentam tal feiura moral que se tornam aversivas e repugnantes. E essas mesmas, em alguns momentos, podem manifestar, numa de suas faces incógnitas, vínculos verdadeiros com o belo, com a arte e até com a espiritualidade. Todos temos dentro de nós o "bem" e o"mal". E um não anula, necessariamente, o outro.
O EU de cada um de nós é absolutamente expressivo dessa realidade dualística. Ele compreende aspectos profundamente integrados de amor, criatividade e sabedoria. A partir dele podemos viver experiências genuínas de felicidade, alegria e prazer. Não obstante, misturada a essa tecedura organizada, ainda persiste em todos nós, uma parte não desenvolvida que contém emoções negativas e impulsos como ódio, inveja, medo e crueldade.
Quando pudermos aceitar que não somos perfeitos e que podemos abraçar essa parte ainda em desenvolvimento, ela poderá ser curada, transformando-se em poder positivo. Para fazermos essa travessia, precisamos aprender que a parte que tememos não é a realidade última. É apenas um aspecto impermanente da nossa realidade maior.
O grande convite da vida é abrir-se à experiência de autobusca, empreendendo uma viagem corajosa, que nos levará a um rico território interior, cheio de belezas e possibilidades. Mas precisamos admitir que esse mesmo território é feito, também, de paisagens desconhecidas e nem sempre belas, que precisamos explorar pouco a pouco, passo a passo, para que sejam reconhecidas, aceitas e transformadas.
Ray do Vale - Psicóloga
Email: ray.vale@hotmail.com
Blog: ray-vale.blogspot.com

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

JULGAMENTOS

Quando julgamos ou criticamos alguém, o que estamos dizendo, entre outras coisas, é que somos melhores do que o outro. Expressões como "eu não suporto gente assim!" ou "detesto pessoas que fazem isto ou aquilo", geralmente revelam presunção e arrogância. Só isto já coloca o o julgador num lugar pior que o do julgado.

PERDAS

Todos nós sofremos com as perdas. Geralmente é necessário um período de luto, mais ou menos longo, para nos recuperarmos dessas feridas, a depender do quanto significou em nossa história a pessoa ou a coisa que se foi.
Mas, às vezes, a dor nos deixa destroçados, afetando nossa vida de forma muito dramática, destruindo o equilíbrio e a vitalidade, nos fazendo adoecer e quase roçar o desejo de morte. Quando é assim, é possível que a dor de agora esteja ligada a dores infantís, a perdas de outros tempos. Estamos sempre reeditando sentimentos, acionando "gatilhos" que fazem subir à tona imagens passadas que, de tão dolorosas, escondemos em nossos subterrâneos para não sentir. Quando elas furam o bloqueio e vêm à superfície, o convite é para a cura. Necessário buscar ajuda para fazer a travessia.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Como a Lua (Plagiando LUA ADVERSA, Cecília Meireles)


Como a lua, sou só uma,
Mas sou muitas, sou nenhuma,
Cheia, ou nesga prateada.
Crescente, minguante ou nada,
Curo, ou provoco a loucura.
Escura, ou vestal sagrada.