sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

PRESENTE

O passado realmente não importa. O que existe é o presente. O passado cumpriu sua função. A verdadeira energia repousa no presente, onde está todo o nosso poder.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

SER BOM, OU SER “BONZINHO”?


SER BOM, OU SER “BONZINHO”?
Ser BOM é diferente de ser BONZINHO. O bom está presente no seu próprio mundo, sabe dizer NÃO quando o não é adequado e sabe dizer SIM, quando o sim é saudável e positivo - para si e para o outro. Está com o outro, mas está consigo. Ama o outro como a si mesmo. Abre-se ao movimento generoso com o parente, amigo ou qualquer pessoa, sem perder de vista que o outro tem o poder de conduzir sua própria vida. Respeita as escolhas e as crenças alheias e não carrega a arrogância de se atribuir a responsabilidade pelo que não é de sua conta.
O bonzinho vive a fantasia de que é responsável por todos, que tem que agradar sempre, negando a si mesmo; faz o que o outro deveria fazer, empanturra-se de responsabilidades, tem dor nas costas de tanto peso que carrega; orgulha-se de ser o pacificador dos conflitos à sua volta, coloca-se como responsável pela salvação dos que o cercam. Tem a autoimagem idealizada de que é santificado. Geralmente torna-se o “jegue” de parentes aproveitadores, de amigos espertinhos e de quem mais quiser montar.
Essa necessidade de agradar vem de uma fome profunda de ser amado, receber admiração e aprovação. Ele sofre de uma avidez constante de ser visto, considerado, nutrido, cortejado pela sua “bondade”. Carrega na alma necessidades antigas, imagens remotas de abandono e exclusão. Vive com fome do outro. E para receber o alimento que busca fora de si, vende a alma, abre mão do descanso, desconhece suas próprias necessidades.
Pais bons pais criam filhos saudáveis; pais bonzinhos criam dependentes ou tiranos. Amigos bons encontram parceiros; amigos bonzinhos atraem parasitas. Esposas e maridos bons encontram companheiros; os bonzinhos unem-se a déspotas, tornando-se escravos. Filhos bons dão a seus pais o amor e o cuidado devidos a quem lhes deu a vida; filhos bonzinhos expõem-se à exploração, seja de pais, seja de irmãos preguiçosos e comodistas, escorados na bondade faminta do doador sem limites.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

QUARTA DE CINZAS, EM BELÉM

Na quieta manhã, cinza e molhada,
Desfila, soberana, a chuva morna,
Gostosona e farta.
(Nem aí para os dramas da ressaca).
Acabou o Carnaval.
Manhã cedo,
Sai varrendo a calçada passarela,
Como um gari no samba.
Sem ensaio e sem enredo.

Lança perfumes de pura brejeirice,
Fantasia de limpeza as ruas nuas,
Que, de tão órfãs,
Já nem contavam com tamanho agrado.
As folhas foliãs caem na espuma,
Nadando, bêbedas de riso.
E celebram o batuque da enxurrada.
O silêncio se estica, preguiçoso,
Puxa o lençol de vento
E cochila de novo,
Indiferente ao carro som da alvorada.

A destaque das tardes de Belém,
Caprichosa, aparece de manhã,
E, só de má, pra se vingar,
Vai jogando, sapeca, nos bueiros,
Da Cidade mal cuidada,
O rescaldo, o mau cheiro, a lixarada.
Quem quiser, limpe depois!
A sala tá arrumada!
(Ray do Vale)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

A CARA DO MEDO


Não é negando o medo que se vence o medo. Nem é sufocando a tristeza, a frustração ou a mágoa que você vai ultrapassar saudavelmente essas emoções. "Esquecer", jogar uma pá de cal, empurrar para o porão aquilo que lhe marcou pode ser um caminho falso. Mais tarde esta energia pode subir à tona em circunstâncias fora de controle, numa reação desproporcional ao fato. Ou o corpo drena; então a pessoa adoece, deprime, ou desaba em fúria e mágoa sobre alguém, sem saber como nem por quê. Olhar de frente, dialogar com o sentimento presente, questioná-lo é sempre o melhor caminho de cura.
Uma boa forma de apoiar um estudante às vésperas do vestibular, por exemplo, é ajudá-lo a olhar na cara do medo: medo do “concorrente”, medo do medo , medo de desapontar os pais; e até o medo de não dar dividendos comerciais ao curso onde estuda. Com essa permissão ele rende muito mais e encara com mais calma o momento decisivo. O contato verdadeiro com a realidade interna sempre oferece mais recursos do que fugir dela. Não se pode domar um bicho que não se vê."
Ray do Vale
www.ray-vale.blogspot.com

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

VOVÓ LOLÓ


Falar de avós, avôs e netos é sempre um bom tema. Na ciência psicológica e no senso comum. Quem não tem saudade desse amor lambuzado de "brigadeiro" na sua vida? Quem não sente falta dessa presença sem censuras - mais doce do que doce de batata doce? Ela é marcante na fase infantil, toca a construção afetiva da personalidade e guarda marcas por toda a vida adulta. Feliz de quem teve seus avós por perto! Filhos bons e amorosos, geralmente tem pais que honram ou honraram seus próprios pais. Há exceções, mas geralmente é assim. Relações de amor e respeito também são aprendidas. Pode-se dizer que, de certa forma, os pais imprimem na alma de seus filhos a imagem do que receberão deles na vida adulta. Crianças aprendem o tempo todo. E aprendem mais pela observação do que absorvendo discursos.
Pais e avós são raízes que nos conectam com o nosso nome e com a nossa história. Não importa o que sejam ou o que tenham feito. Nem é preciso amá-los. Apenas honrá-los, no mínimo em homenagem à Vida!