domingo, 18 de dezembro de 2011

GRUPOS DE AUTOTRANSFORMAÇÃO OU PATHWORK


“O PATHWORK® é um caminho para a autotransformação pessoal e autorrealização espiritual, direcionado às pessoas que buscam um relacionamento mais verdadeiro consigo próprias e com a vida. Inclui uma compreensão profunda da negatividade pessoal para dissolver velhas crenças, condicionamentos e imagens errôneas”.

“É um caminho de auto-conhecimento que nos ajuda a tomar consciência das nossas escolhas, muitas vezes inconscientes, que nos impedem de sermos felizes. Estas escolhas baseiam-se em crenças, medos, defesas, exigências do ego e sentimentos destrutivos, em parte desconhecidos de nós mesmos”.

“Ele nos ajuda a abraçar nossa verdade mais profunda, conhecer nossa sombra e nossa luz, de forma a fazermos escolhas mais conscientes na direção do amor e da felicidade”.

O estudo do Pathwork está fundamentado no conjunto de 258 temas, sistematizados pela austríaca Eva Pierrakos durante mais de 20 anos de trabalho.

Toda atividade realizada é conduzida por helpers ou facilitadores, profissionais especializados que já vivenciaram profundamente a técnica do Pathwork® .

Primeiro passo no Pathwork® : O GRUPO DE ESTUDOS - Reúne-se periodicamente para estudar e discutir os conceitos básicos que levam ao trabalho de desenvolvimento pessoal.

Os encontros incluem exercícios e práticas e a aplicação dos conceitos à realidade cotidiana.

Nos encontros grupais, trabalham-se os 04 níveis do ser ( físico, emocional, mental e espiritual), através de textos, vivências, exercícios e partilhas das experiências dos participantes.
a)físico: desenvolvendo a consciência corporal, identificando bloqueios e pontos de tensão e liberando o fluxo da energia vital.

b) emocional: reconhecendo sentimentos, padrões de reações e assumindo a responsabilidade por eles.

c) mental: identificando concepções distorcidas sobre a realidade e sobre nós mesmos.

d) espiritual: ampliando a consciência, a capacidade de amar e nos levando ao encontro de nossa sabedoria interna.

Iniciaremos QUATRO grupos em JANEIRO/2012:
• DOIS GRUPOS PARA JOVENS, em Belém: UM para a faixa de 13 a 15 anos e OUTRO para 16 a 23 anos.

• UM GRUPO PARA ADULTOS em Belém

• UM GRUPO PARA ADULTOS EM Macapá

Contato para entrevista:
Email: ray.vale@hotmail.com
Fones: (91) 3229.6365 / 8836.7517

sábado, 17 de dezembro de 2011

QUANDO NÃO DIZER FAZ ADOECER

Quando vivenciamos uma perda ou uma frustração, há dois aspectos da questão que precisamos considerar. Um é ressignificar o acontecimento e transformar o fato negativo num impulso para realizar, aprender e retomar a vida, resgatando tudo o que pode ser recuperado.
O segundo aspecto é cuidar da ferida que o impacto produziu. Sim, porque os acontecimentos que geram abalos marcantes deixam uma ferida impressa na estrutura emocional profunda, e essa ferida precisa receber cuidados muito específicos.
Olhar positivamente o acontecimento frustrante é apenas um dos remédios, é o tratamento de emergência, a providência de “primeiros socorros”. Mas não é tudo. Qualquer pessoa que sofra um acidente comum não se sentirá atendida e segura apenas com os cuidados dos serviços de emergência, por mais eficientes que sejam. Outros passos precisam ser dados: pergunta-se ao paciente: onde dói, o que sente, como está; toca-se, investiga-se, examina-se, deixa-se em observação, cuida-se.
Com as questões emocionais não é diferente. Até porque a separação entre corpo e mente, razão e emoção, matéria e espírito são ilusórias. Somos uma unidade bio-psico-emocional-mental-espiritual-psicológica-afetiva e tudo influencia tudo. Quando, além dos traumas visíveis no corpo, estão presentes outros hematomas imponderáveis, presos às estruturas delicadas do sentimento, o cuidado é mais necessário ainda.
Conserta-se uma perna com fratura exposta colocando-se alguns pinos ou usando outros recursos da ortopedia. Mas a dor do tecido afetivo requer sutileza e atenção maiores e mais diligentes.
Não é uma boa fórmula para quem deseja superar um sofrimento, seja uma fratura, uma doença comum ou ou uma perda importante - que a pessoa se faça de “fortona”, e que coloque uma capa de “super” , dizendo para si ou para os outros: "tá tudo bem! É assim mesmo! Vamos partir pra outra! Não tem fratura, nem doeu! Eu tiro de letra!"
Na melhor das hipóteses, você até voltará a andar, mas o membro ficará deformado. E há ainda o risco de se formar um bolsão de pus, infeccionando todo o organismo. Sonhos e desejos podem morrer assim - envenenados pela infecção do silêncio.
Nosso grande engano é achar que é vergonhoso admitir a dor e a fragilidade. Aprendemos com nosso pais, desde muito cedo, que não podemos confiar naquilo que sentimos. Quem nunca viu uma criança chorando, após um tombo, com o lábio sangrando, um dente quebrado, ou o joelho escoriado, ser consolada por um adulto que diz rápida e convincentemente: “não doeu! Não chore! Não foi nada! Já passou, já passou!”. O que fica como verdade para a criança? O que ela sente, ou o que o adulto diz? Se a sua dor mais verdadeira é negada, é porque é vergonhoso ou feio sentir. Esta é uma conclusão lógica para o espírito infantil.
Não seria melhor providência dizer à criança: “eu sei que dói muito, mas eu vou cuidar disto, ou alguém vai cuidar! Você pode chorar! Eu estou aqui com você”!
Pois voltemos aos dois aspectos de que falamos no início. Ver o lado positivo da queda, não se atirar no chão só porque algo aconteceu que nos frustrou, ressignificar positivamente é uma fórmula providencial e necessária. Ela resulta de um exercício da mente, do raciocínio, do cálculo e da análise. A pessoa, usando recursos do intelecto, analisa e conclui: “bem, não foi tão ruim assim; poderia ter sido pior; com esse acontecimento eu amadureci, aprendi sobre meus sentimentos, testei minha resistência à frustração, desenvolvi resiliência, ganhei experiência.”
Tudo isto é verdade e há um momento em que tratar as situações graves com relativa frieza é muito importante. Às vezes constitui o único recurso para segurar o choque, superar a crise , recuperar a dignidade, sobretudo quando se trata de perder x ganhar. Mas há muito ainda o que fazer, sob pena da primeira fase perder sua eficácia e tornar-se um engodo.
A segunda etapa é aquela que se segue ao tratamento de emergência. É o espaço onde a criança precisa dizer o que dói, como está,o que sente; é quando ela precisa expressar seus sentimentos ditos negativos, como: raiva, decepção, mágoa, ódio, inveja, frustração, medo, desesperança, mau humor, azedume. Não há caminho mais competente para se liberar as seqüelas da alma e drenar o veneno que intoxica a energia vital. É como cortar a carne e esvaziar o tumor, purgando o pus que lateja, encoberto pelos tecidos do corpo; dói, mas dá um alívio! E a saúde vem!
Neste espaço, que deve ser seguro, imparcial e acolhedor, a “criança interna” que todos nós temos, ou a nossa “consciência infantil” precisa ter voz e esparramar-se, respirar a dor, revivê-la totalmente, não se envergonhar de sentir e expor. Só essa expressão genuína e verdadeira pode liberar o coração da pressão dos sentimentos encobertos pela nossa máscara do falso poder.
Necessário aprender que agora, como adultos, já não podemos aceitar a proibição de chorar; já é possível ser livre para acreditar na própria dor, confiar na boca que sangra, no joelho que queima, no dente pendurado! É muito saudável e curativo resgatar a nossa criança interna, tomá-la pela mão e dizer a ela: “ agora você pode chorar, sim! Tá doendo, sim! Não passa rápido, não!”
Os sentimentos negados são grandes causadores de doenças e nos incapacitam, inibindo a criatividade e obstruindo nossos impulsos construtivos. De tanto negá-los passamos a acreditar, com o passar do tempo, que a situação foi superada e tocamos a vida. Mas, como eles não foram aceitos, como foram negados e reprimidos , afastam-se de mansinho; mas continuam atuando, escondidos nos subterrâneos de nossa história. De lá eles pressionam para cima, nos comandando a vontade e contaminando nossa vida.
Quando surgem as depressões, insônias, alergias, ansiedades, furúnculos, doenças sem diagnóstico, queda de cabelo, baixa resistência imunológica, fibromialgias, inibições sexuais, ficamos a perguntar: COMO ISTO FOI ACONTECER?
(Ray do Vale)
BLOG: www.ray-vale.blogspot.com
Email: ray.vale@hotmail.com


CONSTELAÇÕES FAMILIARES

O QUE É CONSTELAÇÃO SISTÊMICA FAMILIAR?
As Constelações Familiares são uma inovadora abordagem em Terapia Sistêmica, que põem em evidência os profundos laços que unem uma pessoa à sua família, inclusive às gerações mais longínquas.
COMO ATUAM AS CONSTELAÇÕES FAMILIARES?
O trabalho com as Constelações Familiares visa trazer à consciência a dinâmica que está oculta e que pode estar causando sofrimento a uma pessoa, através da repetição de padrões que pertencem à sua história familiar.
COMO SE DESENVOLVE O TRABALHO DE CONSTELAÇÕES FAMILIARES?
O trabalho de Constelações Familiares pode ser desenvolvido individualmente ou em grupo. Individualmente, o cliente traz um tema pessoal em que o Constelador pode trabalhar.
Em grupo, você pode participar trazendo um tema pessoal para ser trabalhado (Constelar) ou apenas assistir ao workshop estando disponível para representar em alguma constelação.
O QUE SIGNIFICA "CONSTELAR UM TEMA” ?
É uma das maneiras de se participar de um workshop ou do atendimento individual. O cliente escolhe um tema que deseja constelar. O constelador explora o tema com algumas perguntas e pede para o cliente escolher pessoas que irão representar determinados papéis. O cliente coloca os representantes no salão e o constelador irá acompanhar a dinâmica que surgir.
O QUE SIGNIFICA "ASSISTIR" OU "PARTICIPAR COMO REPRESENTANTE"?
Nesta forma de participar, a pessoa ficará apenas disponível para participar ou não de alguma constelação. Poderá também fazer perguntas sobre qualquer assunto relacionado.
Quais temas podem ser trabalhados nas Constelações Sistêmicas Familiares?
Qualquer tema importante para o cliente onde ele(a) não esteja conseguindo solução pode ser trabalhado, tais como: relacionamentos, desequilíbrios emocionais, separações, doenças crônicas, problemas financeiros, falência, vida profissional, entre outras.
Quanto tempo dura um trabalho de Constelação Familiar?
A duração de uma constelação familiar é imprevisível, pois depende do sistema que está sendo trabalhado. Pode durar de 5 minutos à 1 ou mais horas.
Como o representante deve comportar-se durante a constelação?
Pede-se dos representantes o recolhimento interno das próprias idéias, intenções e medos. Enquanto estiverem sendo colocados, devem observar, exatamente, as mudanças que se manifestam fisicamente e em seus sentimentos. Por exemplo, que o coração bate mais depressa, que querem olhar para o chão e que, de repente, se sentem pesados, ou leves ou zangados, ou tristes. Naturalmente é necessária muita intuição, disponibilidade e uma alta prontidão a abstrair-se de suas próprias idéias.

REPRESENTANTES – A ALMA COMUM
“O que acontece nas constelações familiares é misterioso. Como é possível que pessoas completamente estranhas, que não têm a mínima idéia da família ou da pessoa que representam, de repente, reajam como essa pessoa e assumam os seus sentimentos, tipo de comportamento e até os seus sintomas físicos?... Creio que aí temos que modificar algo da nossa concepção de mundo”. (Bert Hellinger)
.......................................................................................................................
“Eu refleti muito sobre isto e o que me parece mais aproximado é que tenhamos participação em uma alma em comum. Que aquilo que designamos como nossa alma, não podemos designar assim, pois nossa alma nos liga à nossa família e, para além da nossa família, com a “grande alma”, como a denomino. Daí temos esse saber participativo”.
(Bert Hellinger)


ELA VAI CHEGAR!


PARA LÍVIA DO VALE , EM 25/05/2011

Não faz tanto tempo,
Inda lembro a cor:
Era uma cestinha verde,
E tinha fechadura de lacinho,
E cheirinho de alfazema.
E tinha tantas coisinhas dentro!
Tantas coisinhas,
Que não cabem numa rima!
Entre tantas e tantas carícias,
Verdes, rosa, brancas,
Duas mãos de mãe,
Ternas, fortes, (e)ternas
Tocando, chorando,
(arruma, revira, troca, mexe...
Tá bom assim?
Arruma de novo! Muda de lugar!
Daqui a pouco ela vai chegar!)
Linda e cor-de-rosa
Tão cor-de-rosa
Quanto um sapatinho cor-de-rosa,
Ou uma luvinha cor-de-rosa
Ou Livinha... ?

Por que ela tinha que crescer?
E partir - para plantar flores
Em sacadas tão distantes?

. Porque virou mulher!!
E foi levar cestinhas
Cheias de coisinhas.
Quis lançar sementes,
Em úteros já descrentes...
E por causa dela,
Outros vão cantar:
“ELA vai chegar!”
“ELE vai chegar!”

Por que ela tinha que crescer?
E partir - para plantar flores
Em sacadas tão distantes?

Ela virou mulher
E foi levar cestinhas
Cheias de coisinhas.
Quis lançar sementes,
Em úteros já descrentes...
E por causa dela,
Outros vão cantar:
“ELA vai chegar!”
“ELE vai chegar!”

MENINOS ADULTOS, ADULTOS CRIANÇAS

MENINOS ADULTOS, ADULTOS MENINOS
Há uma demanda crescente de jovens que são levados por seus pais aos consultórios de psicólogos e médicos. Esses meninos e meninas estão acuados pelo stress, sentem medo e amargam um pesado sentimento de inadequação, fobias, pressões emocionais e patologias diversas, causadoras de grande sofrimento, físico e psicológico.
São quase crianças, tendo que assumir posturas de adultos e pensar como gente grande. Aos 14, 16, 17 anos já precisam saber se querem ser médicos, juízes, astronautas, desembargadores, reis ou presidentes de multinacionais; precisam decidir se o melhor é estudar mecatrônica (o que será isto?), passar na seleção para o ITA, ou ser apresentador do Jornal Nacional.
E há aqueles que são marcados pelos cursinhos para se tornarem os SUPER , os que vão compor a “TURMA ESPECIAL” - onde só sentam os melhores, os que seguramente vão aparecer no jornal e no outdoor, quando sair o resultado do Vestibular. Esses renderão dividendos à indústria melhor cursinho da cidade.
Cineminha, Futebol, tarde de domingo no shopping, casa de amigo, ou até mesmo dar uma namoradinha, nem pensar! Os que ousam transgredir sucumbem acossados pela culpa e pelo medo dos concorrentes "que a esta hora estão estudando". Eles perderam o direito de viver a mais bonita fase de suas vidas. Já estão vivendo o futuro, compromissados com a profissão que nem sabem se desejam, sem experienciar o presente, do qual tiveram que abrir mão. Já pensam onde vão fazer o Mestrado, o Doutorado, o pós e o pós do pós... Se moram no interior vão para a capital, se estão na capital, vão para outra capital maior, se estão na capital maior, vão para o exterior.
Em tempos nem tão distantes, os adultos perguntavam às crianças: “o que você quer ser quando crescer?”. Hoje não há tempo para crescer. Nem para perguntar.
Esses meninos e meninas vivenciam um paradoxo: eles receberam muito- e tudo de seus pais, viveram todas as facilidades, nunca precisaram lavar o copo no qual beberam água e pouco aprenderam sobre o significado do “se virar”; de uma hora para outra começam ser cobrados e exigidos pela família e pelo meio onde vivem, reféns da cultura do “você tem que vencer, tem que ser o melhor”. Como conciliar duas experiências tão contraditórias sem se perder?
E eles se perdem. Perdem-se em meio a tantas exigências para as quais não foram preparados. E adoecem , e deprimem. Estavam acostumados à calorosa proteção das fraldas. Não haviam aprendido que a vitória requer luta e que às vezes faz bem lavar a própria calcinha/cueca ou arrumar a cama onde se dorme. São fruto de uma geração de pais que os ensinou que eles tem muitos direitos, mas pouco ensinou sobre a outra face da vida - compartilhar deveres.
Ser o melhor, ou ser vencedor também inclui ser linda/ magra, lindo/musculoso, o primeiro/a no vestibular (de medicina, preferencialmente!); aparecer no outdoor do Cursinho com de cabeça raspada, melecada de ovo, tingida de muitas cores e sabores; passar no ITA, ser da turma especial do colégio/cursinho.
Dá até pra perceber duas categorias: os lindos, perfeitos e sarados, que dificilmente vem aos consultórios. Estão encantados com o espelho e pouco percebem além de suas barrigas/ tanquinho e do sonzão de seus carros top de linha! Os pais também.
Mas os do Vestibular, estes estão suando frio, vomitando silêncios, amargando gastrites, síndrome de pânico, sentimento de culpa (meus pais não me cobram, mas sei que o maior sonho deles é que eu passe!). Estão tristes, além de tudo, com a autoestima em decadência porque ficaram mais redondinhos e pesados. Perderam o direito de definir os músculos na Academia.
Os pais também estão com gastrite erosiva, corrosiva, implosiva (existe?) e também vomitam: às vezes bílis, medos, inseguranças sobre seu papel de bons pais; mas também vomitam, sem querer, impropérios, alguns explícitos, outros amorosos e velados. Sofrem tanto quanto seus filhos, porque querem ser pais perfeitos de filhos igualmente perfeitos. E, como eles, sentem medo e culpa. E ainda precisam fingir que, se o filho não passar, será a coisa mais natural do mundo! Os filhos sabem que não é assim!
Este é um fenômeno da nossa época. Não estamos desqualificando a necessidade do estudo, o compromisso com uma carreira, a responsabilidade diante da vida e de suas demandas. Uma boa formação moral, espiritual e intelecutual é o que de melhor podemos legar aos nossos filhos. Também não desejamos enveredar pelo caminho do julgamento maniqueísta de que o que ocorre hoje é bom ou mau, aceitável ou condenável. São os tempos novos, com suas dores e com seus dons.
Mas podemos encontrar caminhos de ajuda que nos preparem para uma relação melhor com nossos filhos, formando cidadãos mais "equipados" para essas travessias; podemos oferecer a eles recursos para o enfrentamento saudável desses tempos novos que nos encantam mas que também nos assustam. Eles tem direito a construir uma consciência mais clara a respeito de seus próprios desejos e sonhos – REAIS!
(Texto de Ray do Vale)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

PRISÃO


Tanto tempo engaiolado,
E o passarinho esqueceu
Que tinha asas brilhantes
E podia alçar-se aos céus.
Passou a amar a prisão,
Cedeu alma e coração,
Morto, pensou que viveu.

Tanto tempo na masmorra
E o cavaleiro valente,
Perdeu poder, luz e força,
Espírito, saúde e mente,
Amarrou-se ao carcereiro,
Fez dos ratos seus parceiros,
Rendeu-se ao frio - descrente...

Quando a bastilha caiu,
Não viu o sol bem à frente...
Quedou-se, deitado, inerte,
Sem coragem de ir em frente,
Acostumou-se ao bafio,
Por leito tinha o chão frio,
Recusou a cama quente.
(Ray do Vale)

MASMORRA


MASMORRA
Na masmorra dos dias apagados
Te escondes de mim, distante e frio,
Como se fosses refém, sentenciado.
Num castelo vigiado e bem sombrio
Não te posso sentir, ouvir ou ver,
Nem mesmo por minutos, disfarçado...

Vejo-me triste, inerte e sem poder,
De ao menos vislumbrar na cidadela,
Teus olhos que parecem me esquecer,
Amendrontados, contidos numa cela.
Que sem luz, de temor fingem não ver
Os meus que choram, olhando tua janela.

Somam-se noites, saudades, solidões
Brotam revoltas, desfazem-se alegrias,
E neste não passar, passam-se os os dias,
Vejo entre nós portões velhos e pesados,
E assim percebo que também meu coração
A cada dia vá ficando encarcerado.

UMA VIVÊNCIA NO PATHWORK


Caminhando, manhã cedo
Vi folhas verdes e brilhantes
Brotando, ousadas,
Por entre galhos envelhecidos,

Noutros caminhos
- Nem tão diferentes -
Vi crenças caindo - como galhos secos,
Sob mantos brancos,
Desfiados, enfeitados
Por mãos infantis,
Disfarçadas de adultos,
De onde brotavam
Verdades verdes - como folhas novas.

E vi homens grandes
Que despiram togas
Para chorar
No ombro da inocência
De outros homens crianças

Os papéis amassados
Sob travesseiros ensopados de medo
Deram voz a crianças perdidas,
Atiradas pelas janelas,
Renascidas dos pesadelos
Para a salvação.

MOLDURA VAZIA

Às vezes te ouço e vejo, bem real:
Tens voz, calor, olhar e emoção.
Logo depois, és a sombra impessoal.
Busco tu'alma na memória fria,
Exposta, inerte, em tristonha galeria.
E nela não te encontro o coração.

Se te sonho, gentil e respeitoso,
Vejo-te homem, pai, irmão, amigo.
Transitando entre afetos, generoso...
E, então, não jazes mais preso à moldura;
Tens um peito repleto de de ternura
Não és quimera, és alguém - e estás comigo.

Sinto-te o toque, e meu corpo aquece e pulsa...
Ao meu ouvido, tua voz quente e viril,
Sussura coisas, promessas, devaneios..
Logo desperto e te vejo qual miragem...
Fica a memória feliz da tua imagem;
Deito em teu peito, não estás... só o vazio...

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

LYOTO: VITÓRIA x DERROTA; SIM x NÃO

Nesta madrugada recebemos um grande NÃO! Belém foi dormir com um nó de tristeza na garganta: Lyoto Machida perdeu a Luta. (perdeu?) Grupos numerosos de fãs retiravam-se das reuniões barulhentas, em torno da Cidade , onde pouco antes celebravam ou sofriam, a cada golpe, dependendo de quem vinha. Nem a Lei seca afastou dos bares aqueles que esperava comemorar, mesmo sem cerveja! Os elevadores dos prédios estavam lotados de visitantes que desciam silenciosos, de volta para suas casas. Até os motores dos carros, nas ruas, roncavam mais baixo, quase num gemido. Fiquei refletindo em como é difícil para nós humanos aceitar a vida do jeito que ela é: DUAL, polarizada, com duas faces, no mínimo: vitória X derrota; feio X bonito; guerra X paz; alto X baixo; claro X escuro: sombra X luz; pobreza X riqueza; vida X morte. Quando o dia clarear, um outro NÃO fará a nossa alegria e a nossa vitória. A vitória de um pólo, de um lado do nosso Pará. Não é interessante? Alguns se sentirão perdedores, frustrados e deixarão os telões da apuração dos votos, também cabisbaixos, como os fãs de Lyoto. Amanhã uma parte do Pará será JOHN JONES – o vencedor... O que é GANHAR, afinal ? Teremos a capacidade de avaliar o significado de uma vitória ou de uma derrota, a não ser pela nossa esfumaçada lente do imediatismo?? O que poderemos aprender quando transitamos ora num extremo, ora noutro da dualidade? Lembro uma música do início do Movimento Tropicalista que dizia assim: “o que dá pra rir, dá pra chorar; questão só de peso e medida: problema de hora e lugar, mas tudo são coisas da vida! “ O bom é saber que, pela sua formação e pela sua fibra, o nosso atleta tirará, certamente, uma vitória dessa aparente derrota. Ele sabe, pela sua formação, que os reveses da vida trazem sempre nas entrelinhas uma sábia interrogação: o que isto me diz? o que me ensina? E a resposta vem a reboque. É só ter olhos de ver...