quarta-feira, 2 de julho de 2014

A CARA DO MEDO


Não é negando o medo que se vence o medo. Nem é sufocando a tristeza ou a raiva que você vai ultrapassar saudavelmente essas emoções. Não é "esquecendo" o que lhe marcou que o deixará bem. Jogar para o subterrâneo, fingir que está tudo bem é um caminho falso. Mais tarde esta energia sobe à tona em circunstâncias fora de controle, numa expressão externa que nada tem a ver com o fato original. Ou a pessoa adoece, drena pelo corpo, deprime, ou desaba em fúria e mágoa sobre alguém, sem saber como nem por que. Olhar de frente, dialogar com o sentimento presente é sempre o melhor caminho.
O que mais ajuda um estudante às vésperas do vestibular, por exemplo, e ajudá-lo a olhar na cara do medo: medo do “concorrente”, medo do medo , medo de desapontar os pais; e até medo de não dar dividendos comerciais ao curso onde estuda. Com essa permissão ele rende muito mais e encara com mais calma o momento decisivo. O contato verdadeiro com a realidade interna sempre oferece mais recursos do que fugir dela. Não se pode domar um bicho que não se vê.