sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O SÁBIO DISSE: VOCÊ DEVE AMAR! MAS NÃO DISSE O QUE É O AMOR...


Escrevi o texto abaixo, respondendo à reflexão de um amigo sobre o amor e sobre a dor que o amor causa.
E o que será Amor? Para nós, transitando pelas experiências da vida física, ainda é difícil definir e compreender. Cada um ama de acordo com seu nível de expansão de consciência e com o seu grau de desenvolvimento como ser humano. Assim, vamos pela vida confundindo amor com apego (eu não vivo sem esta pessoa!); com orgulho (como alguém pode me virar as costas? Logo eu!); com poder/competição (não posso perder! ninguém vai ocupar o meu lugar!); com medo (vou ficar sozinho? vai ser difícil encontrar alguém!); sentimento infantil (eu vou "morrer" se ficar sem ela/ela ! quem vai cuidar de mim?); insegurança para ousar (com esta pessoa pode estar ruim, mas eu já sei onde piso; e se encontrar alguém pior?); julgamento (como uma pessoa pode fazer isto com outra? Eu jamais faria isto!) E assim vai. Isto não está errado nem certo. Faz parte da nossa humanidade. Quem ainda não viveu um sentimento desse tipo? E o que é mais significativo: são sentimentos que nada tem a ver com a pessoa "amada". Tem a ver, sim, com experiências arcaicas da nossa história familiar, com sentimentos infantis que reeditamos a cada dia e a cada relação, enfim com a forma como fomos constituídos como sujeitos. A boa notícia é que as dores de amor passam. Mas passam a partir do nosso esforço e dum exercício firme de vontade. A cura não cai em nosso colo, como um presente que chega de graça. Tem que ser conquistada, construída, moldada a cada lágrima. E não é proibido chorar; chorar pode fazer bem, quando se sabe chorar. O lamento puro e simples, o choro que leva pessoa a mergulhar no desânimo e no pântano da autopiedade é o pior caminho. Mas pode ser muito curativo chorar, quando a intenção é permitir que o sofrimento seja drenado através das lágrimas. Chorar admitindo que a nossa fragilidade caminha ao lado da nossa força. É muito diferente, quando se chora assim. O alívio e a calma chegam em seguida. Acocorar-se curvado e paralisado , no lugar da vitimização é um estágio de estagnação e de manutenção do sofrimento. A pessoa que se vitimiza perde a força, abre mão do poder saudável, enfraquece a vontade. A vítima leva anos lamentando o que o outro fez e, assim, perde uma energia preciosa que poderia investir no seu refazimento. Não há pior lugar que o da vitimização. Todo o poder da vítima está com o perpetrador.
Também não adianta buscar o remédio fora, no outro, num novo amor, por exemplo. Você pode até usar este paliativo, mas vai repetir o padrão da relação anterior. Sim, porque está ferido, descrente, desconfiado, cheio de ressentimentos. Os sentimentos e as crenças que estão em você vão atrair, via ressonância magnética, relações compatíveis com esse campo interno. Como você vai receber alguém novo num velho e bagunçado espaço? É preciso primeiro fazer uma faxina. Há algumas estratégias que ajudam, de acordo com a bagagem de valores de cada um: oração, meditação, se você souber usar esses recursos; pedir guiança superior; pedir ajuda a amigos confiáveis; buscar ajuda profissional; respirar a dor, permitindo que ela saia. Esses são caminhos que ativam o potencial que está em você.
Deixar sair a dor não é tão fácil como se pode pensar. Por estranho que pareça, as pessoas apegam-se à dor, geralmente para vingar-se do outro e de si mesmas. Manter-se na dor pode ser muito cômodo. Basta ficar na inércia. Não exige esforço e traz ganhos secundários, mesmo que enganosos.
Em contrapartida, é trabalhoso buscar no nosso Poder Real, ativar o potencial divino que está em cada um de nós. É uma jornada. “Eu sou o Caminho, disse Jesus”. Caminho significa movimento, dar passos. O remédio não vem trazido pelo vento. Você precisa buscar. Pessoalmente.
Necessário aceitar que a dor faz parte da jornada humana. Admitir a nossa condição de aprendizes também está na pauta da mudança. A dor é o exercício de crescimento, é o impulso para sairmos do lugar é o sintoma de que algo precisa saltar de nível em nossa vida. Já o sofrimento resulta de não sabermos viver a dor com dignidade; é o efeito da rebeldia em não querermos pagar preço das nossas conquistas e desejos.
Quando aprendermos a viver mais conscientes e autorresponsáveis, talvez comecemos a responder a pergunta que inicia o texto: afinal, o que é o Amor? E começaremos a vivê-lo, degrau a degrau.

sábado, 22 de dezembro de 2012

NATAL 2012 ou ANO NOVO 2013

Natal, 2012. Fim de Ano. Novo ano.
Não gosto de términos;
gosto de transições, passagens, travessias.
Natal, Ano Novo, Carnaval, Semana Santa,
Morte, Fim do Mundo.
Alguma coisa acaba? Ou tudo transita para outro nível ?
O ano acabou? O casamento acabou? O mundo acabou?
Sim. E não.
Chegamos aqui.
O que vivemos foi bom.
Seja o que for que tenhamos vivido.
Foi bom e foi o certo.
A experiência necessária.
Se causou dor, mágoa, culpa,
gargalhadas ou ranger de dentes,
foi o que foi.
Amanhã começa de novo.
Hoje, agora, neste instante.
Não é como um ano na escola.
Num curso,
as vezes a gente se sai bem,
outras, nem tanto.
Às vezes temos notas que merecem louvor,
Ou reprovação.
Na vida, não.
Ela nunca fica rançosa, nem passa do ponto.
Nem reprova. Renova.
Convida. Com-vida.
Nela não ficam lacunas, nem reticências, nem etcéteras.
É sempre plena, Fluida.
Completa. Correta. Conclusa.
A Vida é Deus.

Minha homenagem a todos vocês, meus amigos.
Minha homenagem à vida. QUE É. APENAS É...

Foi um ano muito bom, vivo, de muitas experiências com vocês. Obrigada por estarem comigo!