quinta-feira, 10 de setembro de 2015

OUVIR É FÁCIL. DIFÍCIL É ESCUTAR...


Muito ruim, quando num momento difícil, a pessoa se abre numa confidência, ou num desabafo e o outro, ao invés de escutar e oferecer o ombro quente, vem logo dando uma solução do tipo: "deixa pra lá!" "não liga pra isto!" "mas também! Tú fez por onde!"
Melhor é o silêncio compreensivo e atento, ou simplesmente ouvir algo como: "é... sei como é difícil..."
Julgamento e crítica é tudo o que não cabe nessa hora!

AS ORDENS INCONSCIENTES DO AMOR


A família é um sistema forte, onde os laços são muito poderosos. Mesmo aquelas que se desestruturam, mantém uma solidariedade inconsciente entre seus membros, uma espécie de "ordem do amor", que não depende dos conflitos e desordens aparentes. É assim que muitas vezes reeditamos histórias, doenças e padrões doentios que pertencem aos nossos familiares, mesmo aqueles que detestamos ou nem conhecemos. Trata-se de uma tentativa dessa ordem inconsciente, de reequilibrar o sistema. E geralmente as pessoas mais sensíveis da família adoecem e desorganizam sua vida, nessa tentativa atrapalhada de salvação. Necessário trazer à luz esses emaranhamentos, deixando com cada antepassado com o que é seu e no seu lugar de dignidade.
Para quem não sabe, esse é um dos focos das Constelações Familiares.

A CRIANÇA EM NÓS



Todos nós, em determinados momentos de nossas vidas, agimos e reagimos a partir de uma consciência infantil. Não que sejamos infantis no sentido comum do termo. Mas há, em todas as pessoas, sem exceção, aspectos da consciência que ficaram congelados em memórias da infância. Uma determinada experiência da criança, na relação com os adultos significativos, gerou um choque e a energia vital entrou em colapso, naquele momento. É como uma foto. Não! Não é como uma foto! É como um “retrato”, daqueles antigos, que ficavam na parede a vida toda. Pois bem: esse retrato continuará “enfeitando” a sala da vida, comandando as ações e sentimentos do adulto, de forma inconsciente. São as imagens. Marcam como ferro em brasa. Delas brotam as crenças que perduram e são poderosas em seus efeitos. Se não forem reconhecidas e trabalhadas podem fazer estragos. Por exemplo, uma menina que viu sua mãe submetida à violência do pai, pode generalizar essa experiência de diversas maneiras: 1) todos os homens são violentos; 2) todas as mulheres bondosas (como minha mãe) sofrem violência; 3) se eu me relacionar com os homens, sofrerei violência; portanto, melhor fugir deles; 4) melhor maltratá-los, antes que me maltratem; 5) vingarei minha mãe, maltratando os homens; 5) nunca serei igual à minha mãe! Comigo vai ser diferente! 6) vou atrair para minha vida homens violentos; assim eu confirmo que todos eles são mesmo maus. E por aí a fora. São apenas exemplos.
Com os homens não é diferente; as experiências infantis negativas com as mulheres de sua vida, contaminam a relação com o feminino na vida adulta. Estas são apenas algumas situações mais comuns.
Todos nós agimos e reagimos a partir de vozes e sentimentos da infância mais remota. Às vezes até de antes do nascimento. Muitas de nossas reações têm essa origem. É comum reagirmos no presente situações do passado. Às vezes você briga com seu companheiro ou companheira e, na verdade, está confrontando seu pai ou sua mãe, atualizando a revolta não expressa pela criança que você foi e que continua viva. Os sentimentos infantis represados emergem vigorosos e sem controle no momento inoportuno e com a pessoa errada.
A boa notícia é: o que a alma deseja, reeditando as velhas histórias é encontrar a cura para as velhas feridas. Mesmo que faça isto de forma atrapalhada e tosca.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Pensamentos... sentimentos

Nos processos da vida, há aqueles que esperam ser arrastadas pela maré, passando pelas águas lamacentas e pelas violentas tempestades do sofrimento, sem controle sobre a correnteza, para chegarem às águas limpas da lucidez. Mas há os que tomam o destino nas mãos e começam a mudar antes de serem arrastadas pelo turbilhão. Entre uns e outros há uma grande diferença.

Muro

Às vezes fugimos tanto de encarar nossos verdadeiros sentimentos, que eles só aparecem na forma de doenças e sintomas.