sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A ROSEIRA (ROSEIRA MESMO) QUE MORREU

É possível compreender
Que posso me entristecer
Porque uma rosa morreu?
Não é uma rosa qualquer
É Rosa, Amada e Mulher
Tão sensível quanto eu...
Que chegou cheia de brilho
Quando um grande amor nasceu...

É possível não julgar,
Se alguém se põe a chorar
Por dois dias de ausência?...
Simplesmente por sentir
O coração explodir
Na falta profunda, intensa...
É que é capaz de viver
O amor com tanta inocência?
MASMORRA

Tanto tempo engaiolado,
E o passarinho esqueceu
Que tinha asas brilhantes
E podia alçar-se aos céus.
Passou a amar a prisão,
Cedeu alma e coração,
Morto, pensou que viveu.

Tanto tempo na masmorra
E o cavaleiro valente,
Perdeu poder, luz e força,
Espírito, saúde e mente,
Amarrou-se ao carcereiro,
Fez dos ratos seus parceiros,
Rendeu-se ao frio - descrente...

Quando a bastilha caiu,
Não viu o sol bem à frente...
Quedou-se, deitado, inerte,
Sem coragem de ir em frente,
Acostumou-se ao bafio,
Por leito tinha o chão frio,
Recusou a cama quente.
(Ray do Vale)

CÍRIO DE NAZARÉ 2010

CÍRIO DE NAZARÉ
Neste momento, a religião é o que menos importa! Ter ou não religião, também não é relevante. Há um espaço de espiritualidade que está além e acima das divisões sectárias, preenchido de emoções que não conhecem fronteiras. Algo entra em movimento, e um pulsar de energias sutilmente ternas e ma-ternas espalha-se pelas artérias verdes da Cidade Mulher e pelas veias de todas as cores e de muitas nacionalidades.
A tristeza bate em retirada e a esperança comparece, sem pedir licença, indócil como a Fé. (Ray Vale)