sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

PRISÃO


Tanto tempo engaiolado,
E o passarinho esqueceu
Que tinha asas brilhantes
E podia alçar-se aos céus.
Passou a amar a prisão,
Cedeu alma e coração,
Morto, pensou que viveu.

Tanto tempo na masmorra
E o cavaleiro valente,
Perdeu poder, luz e força,
Espírito, saúde e mente,
Amarrou-se ao carcereiro,
Fez dos ratos seus parceiros,
Rendeu-se ao frio - descrente...

Quando a bastilha caiu,
Não viu o sol bem à frente...
Quedou-se, deitado, inerte,
Sem coragem de ir em frente,
Acostumou-se ao bafio,
Por leito tinha o chão frio,
Recusou a cama quente.
(Ray do Vale)

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