sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

MOLDURA VAZIA

Às vezes te ouço e vejo, bem real:
Tens voz, calor, olhar e emoção.
Logo depois, és a sombra impessoal.
Busco tu'alma na memória fria,
Exposta, inerte, em tristonha galeria.
E nela não te encontro o coração.

Se te sonho, gentil e respeitoso,
Vejo-te homem, pai, irmão, amigo.
Transitando entre afetos, generoso...
E, então, não jazes mais preso à moldura;
Tens um peito repleto de de ternura
Não és quimera, és alguém - e estás comigo.

Sinto-te o toque, e meu corpo aquece e pulsa...
Ao meu ouvido, tua voz quente e viril,
Sussura coisas, promessas, devaneios..
Logo desperto e te vejo qual miragem...
Fica a memória feliz da tua imagem;
Deito em teu peito, não estás... só o vazio...

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