quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

PERFECCIONISMO

PERFECCIONISMO
Há uma grande diferença entre ser perfeccionista e querer ser cada dia melhor. Buscar o melhor, mover-se para a atualização é um impulso natural; uma tendência que está em toda a Natureza. Foi este impulso que trouxe a humanidade até aqui, de progresso em progresso, nos caminhos da evolução. A planta colocada num lugar de sombra, vai se entortando e retorcendo na direção do sol.
Mas não é esse impulso saudável o que move o perfeccionista. Ele não quer ser melhor. Necessita compulsivamente ser O MELHOR. Seu traço principal é não aceitar que é permitido falhar. Tem que ser cem por cento o tempo todo. E quando não é, sofre muito (embora não admita), envergonha-se, como quem cometeu um ato indigno.
Na verdade, ele é seu maior verdugo. O perfeccionista age com uma terrível tirania contra si mesmo, cobra-se o tempo todo, exige-se o máximo. Nesse esforço a psique consome muita energia vital para construir uma autoimagem irretocável. E falsa! Resultado: tensão muscular, dores de coluna, hipertensão, ansiedade, insônia, desempenho sexual reduzido, doenças do aparelho digestivo, doenças da pele, cardiopatias, etc.
O perfeccionismo tem raízes profundas. Ele vem do sentimento remoto de ser menos, ou de ser nada, nascido de crenças e imagens infantis, na experiência com os pais e com a vida. É uma espécie de robô autoconstruído pela criança, na tentativa de proteger-se da dor. E que se mantém vida afora, dominando os sentimentos e ações do adulto.

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