quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

AMOR?

Aquela pessoa por quem nos apaixonamos perdidamente, e que chamamos “o amor da minha vida”, não necessariamente é. Quase sempre ela apenas desperta e ativa o amor potencial, intrínseco, que todos temos dentro de nós. Todos. Não é a pessoa! Essa, muitas vezes, nos arranca lagrimas e desperta dores. Estamos apaixonados pelo amor, enamorados pelo romance, numa espécie de saudade e nostalgia daquilo que somos e temos em essência. Saudade de nós mesmos, daquele espaço profundo de nossa alma, do qual nós perdemos nas escaramuças evolutivas. Relembramos vagamente esse poder original e o buscamos no outro.
Tanto que nos apaixonamos por alguém que, não raras vezes, é uma pessoa que nada tem a ver com o idealizamos e queremos de um parceiro ou parceira. Na busca do amor, abraçamos a dor - o amor na distorção. Enquanto não amadurece em nós esse ente chamado amor, criamos arremedos: apego, posse, paixão, desespero.
Bom é saber que tudo é treino e caminho, degraus que nos levarão um dia aonde quer o nosso ser essencial. É confiar no que somos. (Ray do Vale)

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