domingo, 16 de abril de 2017

A FOME DA CRIANÇA

É bonito e romântico falar do amor de mãe e pai. Mas esse amor idealizado, mesmo quando é presente e abundante, jamais preenche a fome arcaica que corrói o estômago afetivo dos filhos. Sempre haverá um registro, mesmo inconsciente, de que algo faltou. Para uns mais, para outros, menos. É assim com todos nós.
Há motivos para isso: 1) a criança sempre deseja amor e cuidados cem por cento; 2) a criança continua viva e exigente dentro de nós, na vida adulta; 3) pais e mães nunca dão amor cem por cento porque cem por cento é a perfeição; e não existe ser humano perfeito neste mundinho de meu Deus. Só a maturidade, as lições da vida e a relação com os próprios filhos vai trazendo a aceitação e amenizando as feridas infantis. No entanto, às vezes essa cobrança continua vida afora e é transferida para outras relações, principalmente o parceiro ou parceira. Em todos os casos, uma boa psicoterapia pode ajudar.

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