sábado, 3 de janeiro de 2015

O rei está nu! ou A rainha está de bege!


Fico a imaginar em que medida podemos contribuir para melhorar o Brasil, perdendo nossa preciosa energia em apontar uns quilos a mais ou uma cor a menos no corpo ou no figurino de um governante, como se isto fosse uma questão de alta valia... Independente de aprovarmos ou não a pessoa e sua atuação, o que muda, se ela não atende ao modelo de beleza que a sociedade tiranicamente sentencia, incluindo e excluindo quem não se enquadra? Qual a diferença se a criatura - governante ou cidadão comum - tem rugas, pneuzinhos, se é jovem ou maduro, homo ou hetero, se parece um cabide ou um tonel, se é branco, preto ou cinza? Lembro de uma eleição em que Almir Gabriel perdeu para o seu tempo de vida. O adversário deitou e rolou na "velhice" do cidadão.
É quando a ideologia política cede espaço ao preconceito e vamos reforçando, inadvertidamente, os exigentes, magros e musculosos padrões expostos em todas as vitrines; sem pensar, acabamos sintonizando com a dança frenética vendida pelas "oficinas" de mulheres e homens anabolizados e de corpos impecáveis (impecáveis!?). Há muita gente, inclusive adolescentes e crianças, perdendo a vida, a saúde e o senso de realidade nesta busca louca da beleza seca, pesada e milimetrada. A peso de ouro! E de muito mais!

(A propósito da roupa que a Presidente vestiu na cerimônia de posse, em 01/01/2015)

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