MURO
Quando olho a paisagem do mundo,
vejo homens e mulheres caminhando separados,
quais crianças perdidas, disfarçadas de adultos.
Um quer ao outro,
Mas guerreiam na escuridão, sob o comando de vozes antigas -
de gargantas que vomitam pesadelos,
nascidos de que porões ?
Herança cega de remotas imagens.
Imagens de massa, herança sem origem.
Sentimentos emprestados, lealdades a quem antes guerreou.
As mãos que anseiam por unir-se, seguram punhais alheios.
Das bocas ávidas por beijos e afagos,
brotam as duras estocadas do verbo envenenado
Carpindo ódios do passado.
Eu vi homens e mulheres - nem tão diferentes –
chorando sobre travesseiros ensopados de medo.
Medo de chorar no colo da leveza;
depor as armas - e perder o poder...
Que poder?
RAY DO VALE -
Psicóloga Clínica
Belém-Pa
Nenhum comentário:
Postar um comentário